quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Quase !

Nunca existiu um depois. Acho que é mesmo assim. A vida passa e não há como evitar a transição. Principalmente, quando nos passa tudo ao lado, sem margem para enganos e grandes discussões. Disse quase tudo. Quase. O mais importante ficou para depois, naquele tempo que não existiu, não existe e, dificilmente, existirá. As palavras, enlaçadas numa espécie de novelo de emoções, voaram com o tempo e não são de confiança. Invenções talvez, daquelas em que é fácil nos perdermos na pontuação e no lirismo da imaginação, com a mesma intensidade de uma experiência irrepetível. Eu disse realmente quase tudo o que havia para dizer. Mas… malditas palavras que me deixaram sem fala, me bloquearam a razão e me tornaram subjugada ao prazer da ilusão. Se era possível?! Respondi, várias vezes, que sim. Sem medo, abracei o vazio da incerteza e mergulhei no silêncio dos «monólogos» a duas vozes. Porquê?! Simples: sempre achei que os sentimentos não são um negócio e não têm obrigatoriamente de ter recompensa. Sei bem que é só a fantasia a falar mais alto… as palavras [malditas!] a dar o ar de sua graça. Hoje, a perspectiva já é ligeiramente diferente. Hoje, num dia como tantos outros, consigo repetir, entre um sossego profundo e os ruídos do passado, que na solidão sou quase feliz. Quase. O estar sozinha nesta maré de indefinições rouba-me a insensatez e mostra-me o outro lado da história. E, de costas voltadas, despida de nós, nesta «quase» saudade, minha e tua, existe apenas a ausência enorme das palavras, que um dia me conquistaram, me revelaram quase tudo… menos o que mais queria e esperava ouvir.

Thayná Ribeiro *-*

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